No segundo bimestre , continuando nossa "duografia", vocês redigirão a revisão de literatura usando toda a fundamentação teórica que pesquisaram no 1º bimestre.
Essa revisão literária deve conter todos os argumentos possíveis de comprovação de suas hipóteses. Texto encorpado com no mínimo duas laudas.
A segunda parte deverá conter o método de pesquisa a ser utilizado ( questionário, entrevista, pesquisa de campo, experimento) com a apresentação do material a ser utilizado.
AOS ALUNOS QUE NÃO REALIZARAM A PRIMEIRA PARTE, AVISO QUE O TRABALHO SÓ PODE SER ENTREGUE COMPLETO.
DATA DE ENTREGA: 02/06/2014, SEGUNDA-FEIRA, NO PRIMEIRO HORÁRIO.
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terça-feira, 15 de abril de 2014
quarta-feira, 2 de abril de 2014
PESQUISA CIENTÍFICA
PESQUISA CIENTÍFICA: O QUE É E
COMO SE FAZ
A
diferença entre os trabalhos dos cientistas e o dos estudantes universitários
não deveria residir no método, mas nos propósitos. Os cientistas já estão
trabalhando com o intuito de promover o avanço da ciência para a Humanidade; os
estudantes ainda estão trabalhando para o crescimento de sua ciência. Ambos,
porém, devem trabalhar cientificamente. Os estudantes trabalham cientificamente
quando realizam pesquisas dentro dos princípios estabelecidos pela metodologia
científica, quando adquirem a capacidade não só de conhecer as conclusões que
lhes foram transmitidas, mas se habilitam a reconstituir, a refazer as diversas
etapas do caminho percorrido pelos cientistas (SANTOS, 1999, pág. 47)
A pesquisa cientifica objetiva fundamentalmente
contribuir para a evolução do conhecimento humano em todos os setores, sendo
sistematicamente planejada e executada segundo rigorosos critérios de
processamento das informações. Será chamada pesquisa científica se sua realização
for objeto de investigação planejada, desenvolvida e redigida conforme normas
metodológicas consagradas pela ciência.
Os trabalhos de graduação e de pós-graduação, para serem considerados
pesquisas científicas, devem produzir ciência, ou dela derivar, ou acompanhar
seu modelo de tratamento.
Alguns pesquisadores conceituam pesquisa da seguinte
forma:
ž
Conjunto de procedimentos sistemáticos, baseado
no raciocínio lógico, que tem por objetivo encontrar soluções para problemas
propostos, mediante a utilização de métodos científicos (ANDRADE, 2003, p.
121);
ž
Procedimento racional e sistemático que tem como
objetivo proporcionar respostas aos problemas propostos (GIL, 1987, p. 19);
ž
Atividade voltada para a solução de problemas
através do emprego de processos científicos (CERVO e BERVIAN, 1983, p. 50).
As
pesquisas podem ser classificadas segundo diversos critérios, como por exemplo:
ž
Quanto à natureza: não se fundamenta nos
métodos adotados, mas sim nas finalidades da pesquisa:
§
trabalho científico original: pesquisa
realizada pela primeira vez, que venha a contribuir com novas conquistas e
descobertas para a evolução do conhecimento científico;
§
resumo de assunto: pesquisa que dispensa
originalidade mas não o rigor científico. Fundamenta-se em trabalhos mais avançados,
publicados por autoridades no assunto e que não se limita à simples cópia de
idéias. A análise e interpretação dos fatos e idéias, a utilização de
metodologia adequada, bem como o enfoque do tema de um ponto de vista original
são qualidades necessárias. É mais comum nos cursos de graduação.
ž
Quanto aos objetivos:
§
pesquisa exploratória: constitui o
primeiro passo de todo trabalho científico. Visa, sobretudo quando é
bibliográfica, proporcionar maiores informações sobre determinado assunto,
facilitar a delimitação de um tema de trabalho, definir objetivos ou formular
as hipóteses de uma pesquisa ou descobrir novo tipo de enfoque para o trabalho
que se tem em mente;
§
pesquisa descritiva: os fatos são
observados, registrados, analisados, classificados e interpretados sem que o
pesquisador interfira neles. Incluem-se aqui a maioria das pesquisas
desenvolvidas nas Ciências Humanas e Sociais, as pesquisas de opinião, as
mercadológicas, os levantamentos socioeconômicos e psicossociais;
§
pesquisa explicativa: mais complexa pois,
além de registrar, analisar e interpretar os fenômenos estudados, procura
identificar seus fatores determinantes, ou seja, suas causas. A maioria destas
pesquisas utiliza o método experimental, o qual é caracterizado pela
manipulação e controle das variáveis, com o objetivo de identificar qual a
variável independente que determina a causa da variável dependente ou do
fenômeno em estudo.
ž
Quanto ao objeto: referente
principalmente ao ambiente onde são realizadas as pesquisas:
§
bibliográfica: pode ser um trabalho
independente ou uma etapa inicial de uma pesquisa;
§
de laboratório: o pesquisador tem
condições de provocar, produzir e reproduzir fenômenos, em condições de
controle. Não é sinônimo de pesquisa experimental; nas Ciências Humanas e Sociais
também se faz este tipo de pesquisa;
§
de campo: não tem como objetivo produzir
ou reproduzir os fenômenos estudados. A coleta de dados é efetuada em campo,
onde ocorrem espontaneamente os fenômenos. É desenvolvida principalmente nas
Ciências Sociais (Sociologia, Psicologia, Política, Economia, Antropologia).
ž
Quanto aos procedimentos técnicos:
§
pesquisa bibliográfica: é aquela que
utiliza material escrito / gravado, mecânica ou eletronicamente. São
consideradas fontes bibliográficas os livros (de leitura corrente ou de
referência, tais como dicionários, enciclopédias, anuários etc.), as
publicações periódicas (jornais, revistas, panfletos etc.), fitas gravadas de
áudio e vídeo, páginas de web sites, relatórios de simpósios /
seminários, anais de congressos etc.;
§
pesquisa documental: utiliza fontes de
informação que ainda não receberam organização, tratamento analítico e
publicação, como tabelas estatísticas, relatórios de empresas, documentos
arquivados em repartições públicas, associações, igrejas, hospitais,
sindicatos, fotografias, epitáfios, obras originais de qualquer natureza,
correspondência pessoal ou comercial etc.;
§
pesquisa experimental: quando um fato ou
fenômeno da realidade é reproduzido de forma controlada, com o objetivo de
descobrir os fatores que o produzem ou que por ele são produzidos. São
geralmente feitos por amostragem, onde se considera que os resultados válidos
para uma amostra (ou conjunto de amostras) serão, por indução, válidos também
para o universo;
ž
pesquisa ex post facto: significa
literalmente “a partir de depois do fato”. Trata-se de uma pesquisa
experimental onde, após o fato ou fenômeno ter ocorrido, tenta-se explicá-lo ou
entendê-lo;
§
levantamento (pesquisa de opinião, de
motivação etc.): é aquela que busca informação diretamente com um grupo de
interesse a respeito dos dados que se deseja obter, utilizando questionários,
formulários ou entrevistas. Os dados são tabulados e analisados
estatisticamente;
§
estudo de caso: quando se deseja estudar
com profundidade os diversos aspectos característicos de um determinado objeto
de pesquisa restrito;
§
pesquisa-ação: quando os pesquisadores e
os participantes envolvem-se no trabalho de pesquisa de modo participativo ou
cooperativo, interagindo em função de um resultado esperado;
§
pesquisa (observação) participante:
ocorre por meio do contato direto do pesquisador com o fenômeno observado para
se obter informações sobre a realidade dos atores sociais em seus próprios
contextos.
Antes de se
iniciar uma pesquisa científica é necessário refletir sobre a mesma. Assim como
para construir um edifício é necessário antes de fazer a planta, imaginar o
tamanho, o número de andares etc. e então planejar e construir os alicerces, de
acordo com o tipo de edificação, é imprescindível que antes da pesquisa se
elabore um plano, se imagine a abordagem, os tópicos que serão focalizados,
como se pretende conduzir o trabalho etc. Assim, o trabalho de pesquisa é
desenvolvido por etapas, que se constituem num método, num caminho facilitador
do processo, buscando mapear o caminho, evitar muitos imprevistos e esclarecer
os rumos para o próprio pesquisador. Recomenda-se que a pesquisa siga o
seguinte encadenamento:
ž
planejamento da pesquisa: pré-projeto e
projeto;
ž
execução: coleta de dados, análise e
redação;
ž
apresentação gráfica: digitação.
PRÉ-PROJETO:
denominada por alguns autores de fase exploratória do projeto de pesquisa,
é a primeira atividade de planejamento, constituindo-se, sem dúvida, num dos
momentos mais importantes. Pode ser
dividida em cinco passos básicos:
ž
escolha do tema: podem ser utilizados
alguns critérios para ajudar na escolha do tema, como originalidade (mesmo que
o trabalho não seja original deve apresentar alguma novidade, novo enfoque,
novos argumentos ou pontos de vista), relevância (importância ou
utilidade), viabilidade (econômica e de
tempo), preparo técnico e existência de fontes;
ž
revisão de literatura: embora ao se
escolher um dado tema já seja conhecido algo sobre o mesmo, a releitura
exploratória tem o mérito de aumentar a extensão e a profundidade dos
conhecimentos conhecidos, ajudando a distinguir o secundário do essencial e
facilitando a delimitação do conteúdo dos temas a investigar;
ž
problematização: transformação de uma
necessidade humana em problema. O pesquisador deve ter idéia clara do problema
que pretende resolver, da dúvida a ser superada, caso contrário sua pesquisa
correrá o risco da prolixidade, da falta de direção, da ausência de algo para
se resolver. Se o problema é estabelecido de forma clara, ele desencadeará a formulação
da hipótese geral, que será comprovada no desenvolvimento do texto. Ao optar
por uma solução que deseja demonstrar (ou seja, a hipótese, nascida do problema
apontado), tem-se uma tese;
ž
seleção /delimitação do assunto: deve-se
escolher o “pedaço” do problema que se
quer ou se precisa estudar para estudá-lo em profundidade. Mesmo que todos os
aspectos sejam considerados importantes, devem ser tratados um por vez e, ao
escolher um deles, abandonam-se ou outros. É uma imposição do método;
ž
construção da(s) hipótese (s): é uma
solução provisória que se propõe para o problema formulado. Sendo uma suposição
que carece de confirmação, pode ser formulada tanto na forma afirmativa quanto
na interrogativa. Não há uma norma ou regra fixa para a formulação de hipóteses,
mas deve ser baseada no conhecimento do assunto e na literatura específica que
foi levantada: lança-se uma afirmação a respeito do desconhecido com base no
que se construiu e publicou sobre o tema. A formulação clara das hipóteses
orienta o desenvolvimento da pesquisa. As hipóteses devem ser razoáveis e
verificáveis. Em pesquisas exploratórias e descritivas não há necessidade de
apresentar as hipóteses.
PROJETO:
o planejamento da pesquisa científica se completa com a montagem do projeto
de pesquisa, que traça o caminho intelectual inicial de todo o processo
posterior. A coleta de dados e a redação final do trabalho são planejados aqui.
São sugeridos como indispensáveis (devendo estar absolutamente claros para o
pesquisador) o planejamento de sete itens:
ž
tema específico: é criado a partir da
hipótese. O tema específico será o título do futuro texto escrito;
ž
objetivos (geral e específicos): é a
espinha dorsal do projeto de pesquisa. Não é o que o pesquisador vai fazer
(isto se prevê nos procedimentos), mas o que ele pretende conseguir como
resultado intelectual final de sua investigação. São eles que delimitam e
dirigem os raciocínios a serem desenvolvidos. O objetivo geral será subdividido
em tantos objetivos específicos quantos necessários para o estudo e solução
satisfatória do problema contido no objetivo geral. Cada um dos objetivos
específicos será uma parte distinta da futura redação (um capítulo, um
segmento). O enunciado dos objetivos deve iniciar sempre por um verbo no
infinitivo: estudar, analisar, questionar, comparar, introduzir, elucidar,
explicar, contrastar, discutir, apresentar etc.);
ž
justificativa: consiste em apresentar
motivos bons o bastante para o desenvolvimento da pesquisa. O que se pretende é
que o leitor adquira convicção semelhante à do pesquisador: o tema é relevante
e abrangente o bastante para merecer uma investigação científica. Um tema pode
ter importância social, científica ou acadêmica. O desenvolvimento dele pode
trazer benefício direto para a sociedade em geral, ou para um grupo social
específico, ao resolver ou encaminhar a solução para a necessidade ali
instalada. Pode também beneficiar de imediato uma ciência contribuindo com
informações para o avanço de determinado estudo científico. Pode ainda
beneficiar o processo acadêmico, facilitando ou inovando o ensino-aprendizado
de um assunto;
ž
recursos / material: consiste na
descrição quantitativa de tudo aquilo que se pretende utilizar no
desenvolvimento do trabalho. Planejar os recursos é assegurar, com o maior detalhamento
possível, a suficiência inicial dos itens necessários para a aquisição das
informações desejadas;
ž
procedimentos / metodologia: são as
atividades práticas necessárias para a aquisição dos dados com os quais serão
desenvolvidos os raciocínios (previstos nos objetivos específicos), que
resultarão em cada parte do trabalho final. Assim, planeja-se aqui, de forma
concreta, a coleta de dados, que se iniciará ao final do projeto. A descrição
dos procedimentos pode também ser enriquecida por detalhes práticos. Detalha-se
o universo, a amostra, o tipo de tratamento que as informações receberão,
descrevem-se os instrumentos de coleta, a margem de acuidade prevista etc.;
ž
cronograma: consiste em relacionar as
atividades ao tempo disponível, ou seja, planejar o tempo em função das
atividades previstas para a conclusão do trabalho proposto;
ž
orçamento: quando este item for
necessário, devem ser especificados os recursos humanos e materiais
indispensáveis para a realização do projeto, com uma estimativa dos custos.
Exemplo de elaboração de
uma pesquisa científica:
Vou dar um exemplo bem simples e resumido para ajudar na
compreensão do que é e como se conduz uma pesquisa científica clássica,
seguindo as orientações de especialistas na área (e a coerência e bom senso
também).
Imaginemos que toda vez que chove, cai água dentro da
nossa sala de reuniões. Este é realmente um problema. Por que é um
problema? Porque indica que há uma imperfeição técnica na construção do
edifício, visto que não deve chover dentro da sala, e isto pode se agravar mais
ainda. Além do mais, quando cai água, molha a mesa que, além de ser local ao
redor do qual nos sentamos para discutir nossos assuntos, é onde ficam
temporariamente depositados documentos relativos ao nosso grupo. Estes três pontos,
entre outros que podem ser elencados, justificam a realização de uma
pesquisa sobre o tema, sendo este, portanto, atual, útil e necessário – não se
pode continuar com chuva caindo dentro da sala.
Qual é o objetivo
da pesquisa, então? Pesquisar por que está chovendo dentro da sala, ou, o que
está fazendo com que chova dentro da sala. Com este objetivo bem claro, vou
construir o caminho por onde vou percorrer para descobrir o que está provocando
esta situação.
Após uma leitura
inicial (exploratória) sobre os fatores que podem provocar esta situação,
eu proponho algumas hipóteses do porquê está chovendo dentro: os dados
apresentados em outros estudos sugerem que pode ser porque há uma telha
quebrada, uma rachadura no teto, infiltração porque as calhas estão entupidas e
toda vez que chove forma uma lagoa em cima do teto etc. É possível partir de
uma hipótese geral principal (se eu souber o que está provocando o problema, eu
posso resolvê-lo) e então propor hipóteses secundárias (a telha, a rachadura, a
infiltração).
Dependendo
da(s) hipótese(s) que eu me propor a seguir, será estabelecida uma seqüência de
passos para atingir o objetivo, e a isto se chama metodologia. Então, se
a hipótese for a da telha quebrada, vou traçar passo a passo o que será feito,
incluindo revisões teóricas sobre o assunto. Isto vale para cada hipótese que
for investigada.
É
importante que o foco seja mantido e seja coerente do começo ao fim. Fazer uma
discussão generalizada, contextualizando o tema e o problema, é fundamental.
Entretanto, os aprofundamentos teóricos e metodológicos devem ser feitos apenas
no que está diretamente ligado ao problema. Por exemplo, discutir o tipo de
revestimento nas paredes da sala, ou o tipo de iluminação, tem relação com a
sala, mas não com o problema da sala que está sendo investigado, portanto não
cabem ser aprofundados. Entretanto, se a água estiver entrando pela fiação da
luz, a discussão sobre a iluminação pode ser pertinente. Da mesma forma,
discutir o tipo de material do qual é feita a mesa pode ser importante se, por
exemplo, ajudar a justificar o problema: se é um material não resistente à
água, em pouco tempo será estragado, e isto é um bom motivo para se fazer este
estudo.
O resultado
da pesquisa deve retornar ao objetivo e ao problema, confirmando ou não a(s)
hipótese(s). Assim, no final da pesquisa, se bem estudada, planejada e
executada, eu deverei saber o que está provocando a chuva dentro da sala.
Atenção, pois isto não é regra geral: às vezes, por mais bem feitas que tenham
sido, as hipóteses não são comprovadas. Se eu seguir a hipótese da telha
quebrada unicamente e isto não for comprovado, o que fazer? Paciência!! Caberá
à minha discussão explicar porque eu segui somente esta hipótese e
obtive este resultado.
A conclusão
faz um fecho geral da pesquisa, normalmente de forma sucinta. A partir dos
resultados, por exemplo, é possível se estabelecer perspectivas futuras: se for
comprovado que a telha estava quebrada, pode-se sugerir que a partir de agora
não se utilize mais este tipo de telhas.
Fácil, não?
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